domingo, 4 de novembro de 2012

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Ministério do Meio Ambiente lança cartilha com dicas para consumo consciente infantil

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A cartilha é destinada às crianças, pais, professores e educadores
Foto: Divulgação


O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou a cartilha Consumismo Infantil: na contramão da sustentabilidade, que apresenta dicas para o consumo consciente dos jovens. O documento, lançado dia 31 de outubro, é destinado às crianças, pais, professores e educadores.
Focado na publicidade infantil, sobretudo a televisiva, o projeto ensina ações simples, como doar brinquedos usados quando ganhar um novo, reciclar as embalagens dos produtos, desligar a TV e brincar ao ar livre.
"As crianças até 10 anos não diferenciam o que é entretenimento do que é publicidade. Anunciar para esse público é contra qualquer padrão de sustentabilidade", afirmou Gabriela Vuolo, do Instituto Alana (parceiro do MMA, no projeto) ao portal Estadão.
De acordo com a cartilha, os jovens e seus pais devem se questionar: "Eu quero ou eu preciso?" sempre que surgir a vontade de comprar um produto, principalmente se isso acontecer a partir de uma propaganda. O documento também frisa a alimentação infantil, indicando quais tipos de lanches são os mais saudáveis e que produzem menos resíduos.
O Ministério da Educação pretende distribuir cerca de 70 mil exemplares da cartilha em todo o país;  o MMA ficará responsável pela entrega de aproximadamente 10 mil e a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) de outros 15 mil.

Fonte:http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2012/novembro/ministerio-do-meio-ambiente-lanca-cartilha-com?utm_source=twitterfeed&utm_medium=facebook

Brasil adere à Plataforma Internacional de Informação sobre Biodiversidade

01/11/2012 - Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Após mais de uma década de mobilização e expectativa de sua comunidade científica, o Brasil aderiu oficialmente à Plataforma Internacional de Informação sobre Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês) – maior iniciativa multilateral para tornar acessíveis na internet dados sobre biodiversidade.
A rede composta por 58 países e 46 organizações reúne informações sobre a ocorrência de espécies vegetais, animais e de microrganismos registradas em herbários, museus, coleções zoológicas e microbianas além de sistemas com dados de observação.
protocolo de entendimento foi assinado no dia 24 de outubro pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
A iniciativa insere o país – que abriga 15% da biodiversidade do planeta – em uma comunidade global que compartilha dados, informações, ferramentas, competências e experiências relacionadas à gestão dos recursos de informações biológicas.
“A entrada do Brasil é um passo muito significativo para nós. Defendemos a visão de um mundo em que a informação sobre a biodiversidade esteja livremente e universalmente disponível para a ciência e para a sociedade. Isso requer a participação do maior número possível de países detentores de megadiversidade, como o Brasil”, disse Tim Hirsch, responsável pela comunicação do GBIF, à Agência FAPESP.
Segundo Hirsh, a adesão beneficiará também o Brasil. “Com dez anos de experiência na construção de sistemas para gerenciamento de informação sobre a biodiversidade, o GBIF oferece ferramentas, treinamento e padrões para agilizar a digitalização, mobilização, descobrimento, acesso e uso dos dados”, afirmou.
Para Carlos Alfredo Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, o acesso a essas ferramentas é de fundamental importância para a ciência brasileira. “Permitirá, por exemplo, trabalhar com cenários de mudanças climáticas e as consequências disso na distribuição de espécies”, disse.
Além disso, a adesão traz um novo status e maior visibilidade aos acervos de museus, herbários e coleções brasileiras. “Essas informações passam a estar disponíveis para qualquer pessoa interessada em fazer pesquisa nessa área, não apenas a quem vai visitar as instituições”, disse.
Como lembrou Joly, o Brasil participou ativamente das discussões para a criação do GBIF, no fim dos anos 1990, e para a definição do modelo de informatização e gerenciamento da rede de dados. “O BIOTA-FAPESP foi criado na mesma época e todo o sistema de informação do programa foi desenvolvido de forma a ser totalmente compatível e fácil de ser integrado ao GBIF”, disse.
Atualmente, há mais de 5 milhões de registros de amostras coletadas ou observadas no Brasil – dos quais 2,3 milhões estão georreferenciados – disponíveis on-line e aptos a serem imediatamente integrados ao banco de dados do GBIF. As informações estão reunidas na rede speciesLink, que nasceu como um projeto do Programa BIOTA-FAPESP e hoje tem abrangência nacional.
“O speciesLink foi criado para digitalizar e tornar disponíveis on-line os acervos de 12 museus de zoologia e herbários do Estado de São Paulo”, contou Joly.
Quando terminou o projetoapoiado pela FAPESP, a iniciativa continuou com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação(MCTI) e também com financiamento internacional.
“Hoje, a plataforma reúne 285 coleções e subcoleções de todos os Estados brasileiros, com exceção do Amapá”, disse Dora Canhos, pesquisadora do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), que gerencia o sistema de informação.
Mas ainda há muito trabalho a ser feito, acrescentou Canhos. “Se reuníssemos todas as coleções brasileiras em um único museu, estima-se que teríamos mais de 30 milhões de registros. Hoje apenas 5 milhões estão digitalizados e disponíveis on-line”, disse.
Embora o Brasil ainda não fosse oficialmente membro do GBIF, mais de 1,6 milhão de registros relativos à biodiversidade nacional já estavam acessíveis na rede global, provenientes de mais de 700 bancos de dados mantidos em 28 países.
Nos últimos três anos, segundo divulgou a rede global, pelo menos 18 trabalhos de pesquisas de autores brasileiros citaram o uso de dados mediados pela plataforma GBIF. No mundo, em média, cerca de quatro artigos revisados por pares são publicados a cada semana com dados acessados pela rede GBIF.
Sistema brasileiro
A diretora de Políticas e Programas Temáticos do MCTI, Mercedes Bustamante, ressaltou que a adesão ao GBIF ocorre no momento em que o Brasil está estruturando seu próprio sistema nacional de informação sobre a biodiversidade.
Denominada Sistema de Informações para a Biodiversidade e Ecossistemas Brasileiros (SIB-BR), a iniciativa é conduzida pelo MCTI em parceria com o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) e envolve investimento de US$ 28 milhões.
“A experiência do GBIF pode servir de modelo para a rede brasileira, pois não se trata simplesmente de um banco de dados, mas de uma plataforma que permite, por exemplo, usar ferramentas para análise das informações ali contidas”, disse Bustamante.
Um dos objetivos do SIB-BR, acrescentou a diretora do MCTI, é fazer com que as informações sobre biodiversidade já sistematizadas sejam incorporadas ao processo de tomada de decisões e formulação de políticas públicas.
“A ideia é que o SIB-BR não substitua sistemas já existentes, como a rede specieslink. Trata-se de uma plataforma agregadora, que vai incorporar as informações já digitalizadas. As instituições que não têm condições de manter seus próprios bancos de informação poderão fazer isso por meio do sistema nacional”, afirmou.
Participante associado
O Brasil ingressa, inicialmente, como associado ao GBIF. Embora possa participar plenamente na publicação de dados e projetos de capacitação, não contribui financeiramente e não possui direito de voto no Conselho de Administração.
A partir da assinatura do protocolo de entendimento, o país se comprometeu a se movimentar para a participação votante em um prazo de cinco anos.
Na América Latina, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, México, Nicarágua, Peru e Uruguai já integram o GBIF. A rede foi fundada por um grupo de países em 2001 – com sede em Copenhague, na Dinamarca –, após recomendação do fórum de megaciência, hoje denominado Fórum de Ciência Global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Atualmente, o GBIF concentra mais de 388 milhões de registros, de mais de 10 mil bancos de dados provenientes de 422 instituições. 

Caminhada dos Terreiros marca início das celebrações do mês da Consciência Negra

Publicado em 03.11.2012, às 13h30

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Em 2012, são esperadas 40 mil pessoas na luta contra o preconceito religioso, racial e sexual
Foto: Angélica Souza/ Especial para o NE10

Angélica SouzaEspecial para o NE10
Símbolo de luta contra toda forma de intolerância – religiosa, racial e sexual– membros dos mais de 2.000 terreiros de Pernambuco, participam, nesta segunda-feira (5), da 6ª edição da Caminhada do Povo dos Terreiros, com concentração no Marco Zero, no bairro do Recife, a partir das 14h. 
O evento, que espera reunir cerca de 40 mil pessoas entre líderes religiosos e membros das religiões de Matriz Africana do estado, esse ano tem como tema “Luta e Resistência de um Povo Ancestral”, e clama a pela aplicabilidade das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que chama a atenção para importância da aplicabilidade do ensino de História da África, Cultura Afro-brasileira e indígena nas escolas públicas e privadas.
Para a coordenadora religiosa do evento, Mãe Elza de Yemoja, a caminhada além de lutar contra o preconceito, vai às ruas para dizer que quer ser livre para professar sua fé, de acordo com a constituição federal que assegura a liberdade de crença, em um estado laico. “Estaremos nas ruas não só para abrir as celebrações do mês da Consciência Negra, mas principalmente para continuar a nossa luta e proporcionar à Pernambuco uma grande cerimônia de Matriz Africana. Todos os religiosos do candomblé, umbanda e da Jurema Sagrada reunidos, cantando para as divindades, abrindo um leque cultural-religioso e fazendo um chamado o para o turismo étnico-cultural”, ressalta a Yalorixá, Conselheira Estadual Matriz Africana da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que pratica o culto de matriz africana há 42 anos.
Ogum, orixá que na mitologia Yorubá representa um guerreiro, é guardião da caminhada. “Na primeira caminhada, em 2007, foi consultado o Ifá (oráculo) para saber qual era o Odu (destino) e Ogum respondia que estava à frente do cortejo. No ano seguinte, o Odu foi confirmado e até hoje é ele quem é o nosso homenageado”, explica a Mãe Elza, do Ile Asè Egbé Awo, em Olinda .
A manifestação terá início às 15h com o grito político. Por volta das 15h30, o grupo segue em caminhada com um grande Xirê – sequência de cantos e dança em louvação às orixás do Candomblé, pela Avenida Marquês de Olinda, Avenida Martins de Barro, Praça da República, Rua do Sol e Avenida Dantas Barreto. 
Ao término do cortejo, no Memorial de Zumbi dos Palmares, no Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio, será cantado o Hino da Umbanda, iniciando a grande celebração da Jurema Sagrada e da Umbada, cantando para os caboclos, encantados e mestres, pedindo prosperidade para o ano que se aproxima. 
Este ano, a caminhada fará uma homenagem especial à Mãe Biliu, uma das Yalorixás mais velhas de Pernambuco, que morreu em agosto de 2012.
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Trânsito - Durante a caminhada, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), realizará um esquema especial de trânsito nas vias envolvidas. Um efetivo de 20 agentes de trânsito estará no local a partir das 13h.
A previsão é de que, a partir das 15h, a caminhada inicie na Avenida Marquês de Olinda, seguindo pela Ponte Maurício de Nassau, Avenida Martins de Barro, Praça da República, Rua do Sol, Avenida Guararapes e Dantas Barreto. O cortejo termina em frente à Igreja do Carmo, no Memorial Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no Brasil Colonial, escravidão e cultura africana.
Os agentes da CTTU farão bloqueios itinerantes das vias, liberando-as após a passagem dos participantes. Ao término da caminhada, as vias próximas ao Pátio do Carmo serão monitoradas para garantir a segurança dos participantes.
A orientação da Companhia é para que os condutores tracem uma rota alternativa para chegar ao destino, evitando as áreas de bloqueio.
A CTTU estima que por volta das 18h, as vias estejam liberadas.

Câmara aprova proposta que destina 10% do PIB para educação

ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta terça-feira (16) proposta que cria o PNE (Plano Nacional de Educação) e estabelece 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a área de Educação.
A proposta, que tramita na Casa desde 2010, segue para votação no Senado.
Atualmente, União, Estados e municípios aplicam, juntos, cerca de 5% do PIB no setor. Em 2011, o PIB brasileiro somou R$ 4,143 trilhões. Se a lei já estivesse em vigor, a educação receberia R$ 414,3 bilhões.
De acordo com o texto aprovado, serão utilizados 50% dos recursos do pré-sal (incluídos os royalties) diretamente em educação para que, ao final de dez anos de vigência do PNE, seja atingido o percentual de 10% do PIB para o investimento no setor.
A União deverá promover um Fórum Nacional de Educação com o objetivo de acompanhar a execução do PNE e o cumprimento de suas metas. Caberá ainda aos gestores federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal a adoção das medidas governamentais necessárias ao atingimento das metas previstas no plano.
Entre os objetivos estabelecidos está o de universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos.
Também está na lista das metas a criação, no prazo de 2 anos, de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública. O piso salarial nacional profissional seria tomado como base.
Uma das estratégias definidas na proposta está a de fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso escolar dos alunos.



A dura realidade do trabalho infantil doméstico



Em 2008, cerca de 320 mil crianças de 10 a 17 anos realizavam trabalhos domésticos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Fotos: João Roberto Ripper / Imagens Humanas
Sem perspectivas no sertão da Bahia, aos 15 anos, uma retirante chega a Ilhéus para buscar trabalho em casas de família. Acaba virando cozinheira na casa do árabe Nacib, onde começa propriamente a história de “Gabriela, Cravo e Canela”, romance consagrado de Jorge Amado, encenado várias vezes no cinema e na TV.
A história de Gabriela, muito viva no imaginário popular brasileiro, parte de uma situação tão comum para a sociedade da época que até hoje ainda passa batida para quem se envolve com o livro: o trabalho infantil doméstico.
Num Brasil bem mais moderno e onde o trabalho infantil já era proibido, em 2008, cerca de 320 mil crianças de 10 a 17 anos realizavam trabalhos domésticos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE. Em 2001, estudo da Organização Internacional do Trabalho apontou que mais da metade (64%)  das 500 mil crianças trabalhando no serviço doméstico então recebiam menos de um salário mínimo por uma jornada superior a 40 horas semanais e 21% tinham algum problema de saúde decorrente do trabalho.
Barreira cultural
Ainda hoje o trabalho infantil doméstico se confunde com solidariedade e relacionamento familiar em lares brasileiros. Em regiões onde convivem famílias pobres e ricas, é comum a divisão do trabalho na cidade ou na fazenda se estender à figura do “afilhado” ou “filho de criação”, geralmente o filho do empregado ou do parente mais pobre que vai à cidade para “ter mais oportunidades” e cuidar da casa e das crianças da família.
“O trabalho infantil doméstico é visto mais como caridade do que como exploração. Isso não mudou”, conta Renata Santos, pedagoga do programa de enfrentamento ao trabalho infantil doméstico (PETID) do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús), em Belém. Segundo ela, famílias de classe média da capital ainda recebem mão-de-obra do interior do Estado; no interior, a zona urbana emprega as crianças da zona rural.
Renata lembra das primeiras reuniões de conscientização no início do programa, há 13 anos: “Era horrível. Fazíamos palestras em igrejas e anúncios no rádio para tentar sensibilizar as patroas, e elas não entendiam”, conta.
Ativo na região metropolitana de Belém e em quatro outras cidades do Pará, o Petid hoje entrou em sua terceira fase. “Agora fazemos uma campanha mais incisiva. Antes era uma questão de sensibilização, de explicar o problema, e agora nós dizemos claramente que quem emprega mão-de-obra infantil está sujeito a penalidades”, explica Renata.
O trabalho doméstico é tão fortemente enraizado nas práticas sociais brasileiras que chegou a ser contemplado no Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído em 1990 – o ECA determinava regularização da guarda do adolescente empregado na prestação de serviços domésticos. Esse artigo (248) é considerado tacitamente revogado desde 2008, quando o Brasil aprovou a lista de piores formas de trabalho infantil, proibidas para adolescentes com menos de 18 anos.  Entre elas está o trabalho doméstico.
O ministro Lélio Bentes, presidente da mais alta corte trabalhista do Brasil, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), reforça a necessidade das campanhas – incisivas, como diz Renata – de conscientização na área. “Quando se diz que uma criança é levada ao trabalho infantil para ser protegida, para ter oportunidade de estudo – isso é balela, é um discurso construído para justificar a exploração”, afirma. “O que me parece mais eficaz na questão do trabalho infantil doméstico, sem sombra de dúvida, é a conscientização: as pessoas precisam se indignar com a violação dos direitos das crianças e dos adolescentes”.
Características e riscos do trabalho infantil doméstico
Enquanto, em geral, o trabalho infantil atinge mais meninos do que meninas, quando se trata de trabalho doméstico a situação se inverte e fica mais aguda: 94% das crianças e adolescentes trabalhando em casas de família são meninas, segundo a PNAD de 2008.
Com mais de dez anos de experiência no combate ao problema Renata aponta o que considera o maior problema enfrentado pelas meninas que trabalham cuidando da casa ou dos filhos de alguém. “A criança que faz o trabalho infantil doméstico é privada do convívio com sua família e sua comunidade, não é uma situação natural para ela”, explica.
A OIT cita ainda como os riscos mais comuns presentes na vida dessas crianças a submissão a jornadas longas e muito pesadas de traballho, salários baixos ou inexistentes e uma grande vulnerabilidade ao abuso físico, emocional ou sexual.
Renato Mentes, coordenador nacional do Programa para Erradicação do Trabalho Infantil da Organização Internacional do Trabalho (OIT), concorda: “Muitas trabalhadoras domésticas que vêm de uma situação de trabalho infantil têm um perfil mais submisso e introvertido, características desenvolvidas por uma criança ou adolescente que assume um papel de adulto dentro de casa”, afirma. De acordo com ele, uma menina que presta serviço doméstico dificilmente encontra ou tira proveito de oportunidades educativas e de desenvolvimento pessoal.
A defasagem escolar de crianças que fazem serviço doméstico também é muito acentuada, o que também compromete as perspectivas de futuro. Estudo de pesquisadores das Universidades Federais da Paraíba e de Pernambuco publicado na revista Psicologia e Sociedade em 2011 mostrou que 80% das crianças que faziam trabalho doméstico já tinham sido reprovadas; metade dessas crianças atribuíram as dificuldades de desempenho a dificuldades de relacionamento ou adaptação, e 26% delas citaram expressamente o trabalho como fator principal.
Hoje, a principal frente de ação do CEDECA-Emaús no Pará é justamente a escola. “Nossa experiência mostrou que na maioria das vezes a escola sabe da situação da criança, mas não faz a denúncia”, afirma Renata.
Por isso, a estratégia da organização mudou: hoje, oito grupos de jovens, muitos deles ex-trabalhadores domésticos, fazem ações diretas de prevenção em escolas cujos alunos enfrentam o problema. Eles dão palestras sobre o tema dos direitos da criança e do adolescente em escolas, abordam a questão do trabalho doméstico e se aproximam da realidade das crianças exploradas.
Dificuldade de fiscalização
Luiz Henrique Ramos Lopes, coordenador da divisão de trabalho infantil do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), admite que o trabalho infantil doméstico é especialmente difícil de se fiscalizar. “Por causa da inviolabilidade domiciliar, não existe uma ação fiscal contra o trabalho doméstico como há em outras áreas. Não se pode entrar na casa de alguém sem um mandado judicial”, explica.
Muitos fiscais, segundo Lélio Bentes, conseguem fazer a fiscalização em espaços públicos onde a criança trabalhadora doméstica circula, como feiras, parques e mercados. São raras as vezes, no entanto, em que criança é encaminhada para a rede de proteção, já que a regulamentação específica para a fiscalização do trabalho doméstico também é mais branda; instrução normativa do MTE prevê que os eventuais flagrantes devem ser tratados com medidas de conscientização, e não propriamente com autuação dos fiscais. Essa instrução normativa, segundo apurou a Repórter Brasil, está sob revisão e deve cair.
Por fim, a própria atividade do trabalho doméstico adulto é alvo de discriminação por parte da legislação brasileira. O registro de empregados domésticos hoje, por exemplo, não contempla o recolhimento obrigatório do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Também há dificuldades em se aplicar o controle de jornada e fazer valer o direito a pausas e horas extras, por exemplo.  A Convenção 189 da OIT para o Trabalho Doméstico, que exige a equiparação dos direitos desses empregados aos dos demais trabalhadores urbanos, aguarda ratificação do Brasil.
Brasil de Fato


Ministro pede propostas a secretários para mudar ensino médio já em 2013

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pediu aos secretários estaduais de Educação um esforço para, o mais breve possível, definirem as propostas de mudanças para melhorar o ensino médio. A solicitação foi feita na abertura do 3º Encontro Ordinário do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), realizado nesta quinta-feira, 18, em Florianópolis.
No encontro, os secretários encaminhariam as propostas ao Ministério da Educação. No entanto, como o documento ainda não foi concluído, o debate prosseguirá nas unidades federativas, de forma a entregar o documento final até 7 de dezembro.
Mercadante pediu a antecipação do prazo para que os avanços na educação sejam aplicados já no ano letivo de 2013. “Os estados precisam defender a proposta do MEC para que todos os royalties do petróleo sejam destinados à educação”, disse o ministro.
O encontro termina nesta sexta-feira, 19. Os secretários reconhecem a necessidade de um pacto nacional, mas querem preservar a identidade local nos temas. Mercadante disse ainda que há programas do governo destinados à melhoria do ensino médio, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni). Ele citou ainda a recente sanção da Lei de Cotas (Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012).
Bananeiras Online com Assessoria
Fonte:http://bananeirasonline.com/site/ministro-pede-propostas-a-secretarios-para-mudar-ensino-medio-ja-em-2013/


Presidente Dilma deve nomear o reitor para a UFPB na próxima semana


A escolha do novo reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já está nas mãos da presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT). O Ministério da Educação (MEC) encaminhou a lista tríplice, escolhida na eleição realizada na instituição, para a Casa Civil do governo federal no último dia 30. As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa do MEC.
Em cumprimento a uma decisão judicial, o Conselho Superior da UFPB encaminhou para o MEC, no mês de setembro, uma lista tríplice onde constava o nome dos professores Lúcia Guerra, Luiz Renato e Margareth Diniz. De acordo com as informações do MEC, a escolha do novo reitor agora depende apenas do despacho da presidente.
Segundo ministério, esse trâmite não costuma demorar e a nomeação deve sair nos próximos dias.
A eleição da UFPB foi judicializada depois que o Consuni decidiu adiar o segundo turno da eleição devido às greves dos professores e servidores da UFPB. A professora Margareth Diniz, candidata mais votada no primeiro turno, recorreu na Justiça contra a decisão que determinou o adiamento. A Justiça em sua parte determinou que o segundo turno fosse feito, contudo, o Consuni se negou a homologar o resultado.
O mandato do atual reitor, Rômulo Polari, termina no próximo dia 11 de novembro. Conforme a legislação, o gesto de qualquer univesidade federal será nomeado pelo presidente da República e escolhido entre professores que possuam seus nomes inseridos na lista.